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Despesa que vira investimento

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Tendência que vem ganhando espaço nos condomínios catarinenses, os sistemas fotovoltaicos possibilitam economia na conta de energia elétrica

Foto: Divulgação

A conta de energia elétrica costuma ser uma das grandes despesas em condomínios, o que reflete em taxas condominiais mais altas. Uma solução para reduzir esse gasto é implantar um sistema de energia solar, tecnologia que vem sendo cada vez mais utilizada em condomínios no Brasil. A instalação de painéis fotovoltaicos pode ser feita nos telhados dos edifícios ou na cobertura das garagens, medida sustentável e que vai garantir economia considerável para os condomínios. Outra boa notícia é que já existem linhas de financiamento especiais para fontes renováveis, com taxas diferenciadas e prazos de amortização mais longos.

Diretor comercial da Solar Vale Energia e Sustentabilidade e especialista em projetos de energia solar fotovoltaica para condomínios, Thomas Henrique Knoch percebe desde o ano passado uma procura maior pelos sistemas de energia solar fotovoltaica por parte de edifícios em Santa Catarina. “Até algum tempo, muitos síndicos e administradoras tinham a percepção de que se tratava de uma tecnologia com valor muito elevado. Notamos que esse conceito vem mudando e que muitos passaram a entender que o sistema de energia fotovoltaica é um investimento para os
condomínios”, pontua.

Na opinião de Knoch, hoje os síndicos estão cada vez mais buscando inovações tecnológicas e soluções sustentáveis para melhorar a qualidade de vida e reduzir custos nos condomínios. “Além de gerar uma energia limpa, contribuindo para o meio ambiente, o sistema tem a vantagem de se pagar sozinho. É trocar uma despesa por investimento”, alega. Knoch explica que o investimento nos painéis fotovoltaicos é proporcional ao consumo, portanto o valor pode variar bastante, assim como a economia na conta de luz.

Economia de mais de R$ 3 mil

A economia foi o que levou o Blumengartens Condomínio Residencial, no bairro Passo Manso, em Blumenau, a adotar o sistema fotovoltaico. De acordo com Fernanda Roberta Pereira, gerente administrativa da RS Administradora de Condomínios, no condomínio de 320 apartamentos, as faturas de energia elétrica representam uma fatia grande nas despesas mensais. “A redução de custos foi a razão do síndico buscar uma segunda opção para geração de energia, mas também pesaram na decisão a valorização dos imóveis e o apelo sustentável”, conta.

Aprovado por unanimidade em assembleia, o sistema de energia solar foi financiado a longo prazo e o valor do empréstimo mensal foi somado na previsão orçamentária anual e é rateado mensalmente. O projeto atende todos os medidores de energia das áreas comuns, que inclui oito elevadores, piscina, portaria, academia, salão de festas, quadra de esportes e quiosque.

Em funcionamento há três meses, foi instalado no telhado do condomínio e conta com 136 placas de 340W que vão gerar, em média, 4568 kWh por mês.

“Como a economia varia conforme o consumo e geração de cada mês, terá meses que ela será maior e outros que será menor, mas na média iremos economizar um pouco mais de R$ 3 mil.”

Fernanda Roberta Pereira

Principais vantagens

Knoch aponta entre as vantagens a valorização do imóvel.

“Os condomínios que dispõem de sistemas fotovoltaicos tendem a se tornar mais atrativos também para quem vai comprar um apartamento. No momento de negociar um imóvel, o valor da taxa do condomínio é muito significativo. Então esse custo menor gerado pelo sistema fotovoltaico será um fator importante nesta negociação.”

Thomas Henrique Knoch

O especialista ainda ressalta outro diferencial para os condomínios: “Os painéis fotovoltaicos têm 25 anos de garantia e a vida útil é de 35 anos, o que traz maior tranquilidade para os edifícios que pretendem fazer o investimento”, observa.

Graças às linhas de créditos criadas para disseminar a utilização de fontes de energia limpa e renovável, os condomínios que desejam investir em um sistema de geração de energia solar agora encontram maior facilidade. “Hoje as linhas oferecem até 120 meses e taxas a partir de 0,4% + CDI. Com taxas mais baixas e prazos maiores, a parcela do financiamento fica muito parecida com a economia do sistema, e em alguns casos até mais barata. Isso possibilita que o condomínio, logo de início, pague menos do que pagava para a concessionária de energia”, ressalta Knoch.

Como funciona o sistema

A instalação dos painéis fotovoltaicos é mais frequente nos telhados dos edifícios, mas se não houver espaço adequado é possível utilizar outras áreas. “Nos casos em que não dá para usar o telhado, há possibilidade de fazer a instalação na cobertura da garagem. E se a garagem não for coberta, pode ser feito o sistema de Carport (garagem solar), onde é feito uma estrutura metálica de garagem e as placas podem ser instaladas no lugar da cobertura, sem a necessidade de construir um telhado. Outra solução ainda pouco utilizada no país é a fachada fotovoltaica, que consiste em instalar os painéis na cobertura da sacada dos apartamentos, mas essa alternativa vai depender de a convenção do condomínio prever mudança estética na fachada”, diz o especialista.

Foto: Divulgação

Sobre o funcionamento dos painéis fotovoltaicos, Thomas explica que eles absorvem a radiação do sol e convertem a luz solar em energia elétrica. “Os painéis jogam essa energia para o inversor, que a converte de corrente contínua para corrente alternada, que é a energia da concessionária, a Celesc, e dali vai para o quadro de disjuntores. A energia produzida a mais é jogada de volta para a rede da Celesc, criando créditos em quilowatts/horas, que podem ser usados no prazo de cinco anos. É importante frisar que o sistema não funciona através de calor, mas da luminosidade. Em dias nublados e chuvosos os painéis também produzem energia, embora com menor intensidade por conta destas barreiras”, salienta.

O sistema de energia solar fotovoltaico para condomínios não necessita de basicamente nenhuma manutenção periódica. O único cuidado é com a limpeza, que também é bastante simples e prática. “Não é preciso usar um produto específico, basta água e esfregão. E a frequência indicada é que os painéis sejam limpos uma vez ao ano, já que a placa é feita com um vidro especial, autolimpante. Como as placas são instaladas no ângulo do telhado, quando cai a água da chuva ela já faz uma lavagem do sistema, retirando o acúmulo de sujeira”, esclarece.

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