CRA-SC expande atuação no segmento condominial do Estado
Diante do aumento de condomínios no Estado e do crescimento do mercado condominial, CRA-SC investe em ações para profissionalizar gestores do setor
O Brasil está se tornando cada vez mais vertical. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad 2019, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são cerca de 10 milhões de apartamentos no país, o equivalente a 14,2% das moradias. Com o aumento da convivência em coletividade nas cidades brasileiras, vem ocorrendo também uma evolução nos processos de administração de condomínios e, consequentemente, a busca por profissionais mais qualificados em gestão. Atento a estas mudanças, o Conselho Regional de Administração de Santa Catarina (CRA-SC) tem investido cada vez mais em ações para profissionalizar gestores condominiais e ampliar a sua atuação no segmento.
O aumento da quantidade de condomínios abriu uma série de oportunidades de trabalho e negócio para os profissionais da Administração e síndicos profissionais, pois exige uma profissionalização maior para lidar com os inúmeros desafios que surgem no dia a dia dos condomínios. Como o gestor condominial tem diversas atribuições e atuações em áreas distintas, que vão desde a contratação e terceirização de empregados, passando por suporte legal, até as cobranças de contribuições. Dentro dessa ótica é fundamental que esse tenha um conhecimento amplo de gestão de condomínios.
A contratação de um gestor bem preparado pode impedir que ocorram falhas recorrentes em condomínios, como o descontrole financeiro, prejuízos relacionados à infraestrutura e até mesmo o não cumprimento de obrigações trabalhistas e fiscais.
Responsável pela fiscalização e registro profissional de profissionais da Administração no estado, o Conselho Regional de Administração de Santa Catarina (CRA-SC) avalia que a profissionalização do setor tem levado a uma procura cada vez maior por Administradoras de Condomínios registradas.
Isso porque, ao contratar profissionais registrados, os condomínios passam a ter uma maior garantia de que os serviços serão realizados com responsabilidade, comprometimento e dentro dos padrões éticos exigidos pelo mercado. De acordo com o presidente do CRA-SC, Adm. Djalma Henrique Hack, o Conselho tem atuado cada vez mais para coibir o exercício ilegal da profissão, estando cada vez mais próximo das administradoras de condomínios e dos síndicos profissionais. Sendo essas atividades privativas dos profissionais da Administração e, portanto, fiscalizadas pelo CRA-SC.
“A gestão de condomínios exige uma capacitação cada vez maior para entender as necessidades do mercado. Por isso, em 2018, criamos o Núcleo de Administração de Condomínios, vinculado à Câmara de Administração Privada, com o objetivo de discutir ações para capacitar, orientar e auxiliar os profissionais da área. Queremos contribuir para o segmento como um todo, refletindo em melhorias para a sociedade, assim como condomínios melhor administrados e mais preparados para os desafios da gestão condominial”, destaca.
Ações para capacitar administradores e síndicos
Por meio do Núcleo de Administração de Condomínios, o Conselho espera alcançar todos os profissionais e empresas registradas, assim como incentivar o registro daqueles que ainda não são representados. A coordenadora do Núcleo de Administração Condominial do CRA, Adm. Neusa Maria Tribeck Ferreira, esclarece que estão sendo desenvolvidas diversas ações para disseminar as melhores práticas de gestão condominial, com iniciativas que vão de cursos de capacitação com parceiros, como o Síndicos Planning, até um e-book lançado para o segmento.
Segundo a Adm. Neusa, o Núcleo também interage com empresas parceiras para facilitar o aprendizado e fomentar parcerias que venham integrar esse segmento de gestão condominial. “Gestão não se faz sozinho, o gestor condominial depende de vários serviços e segmentos para desempenhar as suas atribuições, desde fornecedores de materiais a prestadores de serviço. Por isso, buscamos também aproximar os diferentes segmentos, para que possamos solucionar as demandas do dia a dia na prática e, claro, sempre primando pela ética, moral e qualidade dos serviços, que é o que merece a pessoa que confia um trabalho a terceiros. O respeito à sociedade condominial depende desse trabalho em conjunto”, observa.
Mudanças na gestão e na convivência coletiva
Outra iniciativa do Núcleo, para incentivar a qualificação dos profissionais, foi o lançamento, em 2021, do e-book: Convivência em coletividade e a evolução no processo de administração de condomínios. “Vemos um número crescente de moradias coletivas, um segmento que hoje tem uma representatividade muito grande na economia brasileira, seja em geração de empregos, consumo de serviços, impostos ou pagamento de impostos. Neste novo cenário, tornou-se muito importante estabelecer um modelo de relacionamento mais próximo entre gestores e moradores. O trabalho em condomínio é equiparado ao de uma empresa, mas com muitos donos. E o síndico é quem representa todos os proprietários. Portanto, é uma função de grande responsabilidade e que requer muito preparo”, destaca a Coordenadora do núcleo.
O e-book trouxe também diversos temas que vieram somar a essa visão diferente de vida em sociedade que tem se formado ao longo dos tempos. “Conviver em coletividade é um desafio diário e a cada dia os gestores lidam com questões diferentes e também com pessoas dos mais diversos perfis. Quem reside em espaços próximos, como condomínios, têm visões distintas em relação aos anseios da vida e harmonia, e o fato da casa de cada um estar inserida em um mesmo ambiente pode gerar conflitos e desentendimentos”, avalia.
A pandemia de Covid-19, também influenciou bastante em aspectos, tais como comportamento e disciplina, gerando um aumento das reclamações de moradores. As consequências desse período, tanto positivas quanto negativas, também foram abordadas no e-book. “Neste período surgiu um termo muito mais forte em condomínios, denominado Compliance. Como a tecnologia se desenvolveu com uma velocidade muito grande, os condomínios tiveram que se adaptar com assembleias, virtuais, acesso remoto e modificações radicais na previsão orçamentária, que exigiram uma conduta diferenciada dos síndicos e administradores, além da implantação de novos processos”, observa Neusa.
Atuação forte na fiscalização do registro
Dentre as funções exercidas pelo CRA-SC, vale ressaltar o forte trabalho de fiscalização em defesa da sociedade, cobrando o registro no CRA-SC pelas empresas e profissionais que desempenham atividades da Administração em condomínios. O diretor de fiscalização e registro, Adm. Almir Granemann dos Reis, destaca que “o Conselho vem atuando intensamente na fiscalização de administradoras de condomínios e síndicos profissionais utilizando-se de tecnologia de busca de informações, trabalho de campo e, principalmente, de denúncias recebidas pelos canais de atendimento. A atividade fiscalizadora tem como finalidade principal valorizar a imagem da profissão, que é o merecido reconhecimento da sociedade pelos bons serviços prestados, como também a proteção ao mercado de trabalho”.
“Quando ocorre uma denúncia, o fiscal realiza um levantamento de dados e solicita informações e a regularização, concedendo o devido direito à defesa. Em caso de inação do fiscalizado, este fica sujeito a aplicação de multas e outras implicações legais”, esclarece o Adm. Almir Granemann dos Reis.
No entanto, ressalta ainda, que a fiscalização do CRA-SC prioriza ações preventivas, educativas e de conscientização, voltadas para o aprimoramento e desenvolvimento profissional. “Sabemos que, muitas vezes, isso ocorre porque não há conhecimento sobre a legislação. Então, temos também esse papel de esclarecer os objetivos da fiscalização, de orientar os profissionais sobre a importância de se registrar, além de mostrar todos os benefícios a que terão acesso no Conselho”, frisa.
Segundo o presidente do CRA-SC, trata-se de um mercado grande, em constante crescimento, “por isso, estamos com um trabalho forte nesse sentido, esta é uma das bandeiras levantadas pelo Conselho Federal, não só em Santa Catarina”, diz.
Por outro lado, Hack alega que as fiscalizações têm tido um bom êxito no Estado. “A maioria das empresas têm sentido a necessidade e sabem da importância e da obrigação legal de fazer o registro. E, normalmente, somos bem recebidos quando vamos fazer o pedido de regularização às empresas não registradas. Com a atuação do CRA-SC, as empresas, profissionais e, principalmente, a sociedade são valorizados, garantindo a excelência dos serviços prestados ”, completa.
