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A importância da Inteligência Emocional no desenvolvimento do “Síndico Ideal”

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Especialistas apontam os caminhos para o autoconhecimento e os relacionamentos interpessoais na administração condominial

Foto: Divulgação

Momentos de adversidades como os que enfrentamos com a pandemia do Coronavírus exigem a atualização de posturas e o reconhecimento e aprimoramento de novas habilidades. Em uma reportagem sobre o “Síndico Ideal” na última edição, administradoras, síndicos e condôminos reforçaram a importância do desenvolvimento das competências e habilidades de Inteligência Emocional para melhorar os relacionamentos e suas consequências.

Para o psicólogo e jornalista norte-americano Daniel Goleman, considerado o principal pesquisador contemporâneo sobre o tema, Inteligência Emocional é “a capacidade de identificar nossos próprios sentimentos e dos outros, de nos motivarmos e gerirmos os impulsos dentro de nós e em nossos relacionamentos”. Segundo o professor e escritor, os pilares que formam este campo são: Conhecer as Próprias Emoções; Controlar as Emoções; Automotivação; Empatia e Saber se Relacionar Interpessoalmente.

Em sua atuação, o síndico convive diariamente com diversas situações onde a Inteligência Emocional deve ser usada para administrar os conflitos, se adaptar às mudanças e compreender as decisões a serem tomadas para uma gestão condominial de qualidade.

O Síndicos Planning foi buscar especialistas para indicar aos síndicos os primeiros passos para buscarem o desenvolvimento da Inteligência Emocional e trilharem o caminho para se tornarem o “Síndico Ideal”.
Com mais de 30 anos de experiência desenvolvendo líderes e formando equipes para o alto desempenho, o psicólogo e palestrante Elton Soares fala sobre o desafio: “Nunca foi tão importante termos equilíbrio nas nossas emoções, e, sobretudo muita resiliência para lidarmos com o medo, com a insegurança, e com a falta de perspectiva que a maioria das pessoas tem vivido. Sentimentos como ansiedade, angústia e até depressão, certamente se intensificaram nesse período. Mas uma coisa é certa, teremos que aprender a lidar com tudo isso, para transformar esse ‘novo tempo’ em um ‘novo melhor’”.

Autoconhecimento

Elton Soares / Foto: Divulgação

Pilar fundamental, a jornada do autoconhecimento é o primeiro passo em busca da Inteligência Emocional do “Síndico Ideal”. “Só posso genuinamente me relacionar bem com o outro a partir do momento que me relaciono bem comigo mesmo. Aqui está a receita para nos sentirmos mais plenos, seguros”, comenta Elton, reforçando ainda que o aprendizado também é outro passo importante no crescimento e no desenvolvimento pessoal e interpessoal.

Para Letícia Lessa, gerente de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do SESI-RS e do Centro de Inovação em Fatores Psicossociais, não há dúvidas sobre o destaque que a Inteligência Emocional, também chamada de Inteligência Social, tem nas corporações e no desenvolvimento profissional. “Essa é uma competência muito valorizada no mundo do trabalho, pois as pessoas que possuem essa habilidade sabem agir, pensar e sentir de forma consciente, sem se deixar levar somente pela emoção ou pela razão, tendendo a construir relações e ambientes mais saudáveis. A Inteligência Emocional é a fundação para o sucesso e para prosperar em um mundo que muda constantemente”, aponta.

As constantes e ágeis transformações no mundo do trabalho estão demandando novos conhecimentos e habilidades profissionais. Conforme relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), 6 milhões de empregos deixarão de existir no futuro e haverá a criação de 25 milhões de novos em até 10 anos.

Nesse cenário, será necessário o desenvolvimento e aprimoramento das chamadas soft skills, que são competências socioemocionais que envolvem aptidões pessoais, inerentes ou naturais às pessoas. Envolvem aptidões mentais, emocionais e sociais e são determinadas de acordo com a educação, cultura e vivências de cada pessoa. Elas se relacionam com os valores, as crenças, o caráter e a personalidade de cada indivíduo. Normalmente, ficam evidentes nas interações humanas diárias. É aqui que entra a importância do setor de Recursos Humanos ou Departamento de Pessoal: preparar as equipes às demandas do novo mercado mundial, para que consigam se adaptar a esse mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo. Além de incluírem tais habilidades no descritivo de seus cargos e funções, pautando processos seletivos voltados à captação e retenção destes talentos.

Ao focar exclusivamente no papel a ser exercido pelo “Síndico Ideal”, Letícia, formada em Socioterapia, comenta outras duas habilidades, de acordo com o Fórum Econômico Mundial, no relatório The Future of Jobs Report 2018: “A capacidade de negociar com colegas, clientes e equipes estará no alto da lista de habilidades desejáveis. E a flexibilidade cognitiva, que envolve ampliar as maneiras de pensar, imaginando diferentes caminhos para resolver os problemas que surgem diante de nós. Quanto mais flexível uma pessoa é, mais facilmente ela será capaz de enxergar novos padrões e fazer associações únicas entre ideias, além de melhor estabelecer suas interações. O autoconhecimento é essencial para desenvolver tais habilidades”, destaca Letícia.

Habilidade com o outro

Este “olhar para dentro”, como cita Elton Soares, contribui e muito para o “olhar para fora”. Para ele, sem essa fórmula fica bem mais difícil se relacionar.

“A consciência social e a utilização da empatia passa a ser mais verdadeira e, a partir daí, passamos a ter mais habilidade para lidar com os outros. Lidar com os outros com gentileza, generosidade, respeito e compreensão, certamente nos fará melhores pessoas e melhores síndicos. Lembrando que a comunicação, o gerenciamento de conflitos e a tomada de decisões, por exemplo, são competências essenciais para uma gestão de excelência”, exemplifica.

A liderança é outro fator de extrema relevância nas funções exercidas por um síndico. O profissional deve contribuir na construção do ambiente ideal. “O síndico pode e deve influenciar positivamente no seu autodesenvolvimento e da equipe que lidera. Tal ação começa pelas atitudes do dia a dia e, para isto, deve estar preparado para lidar com questões emocionais. Um bom começo é reconhecer as habilidades socioemocionais como essenciais para o exercício de sua função, identificando e reconhecendo o que deve ser aprimorado ou desenvolvido. Mais do que nunca, o líder síndico precisa estar aberto e disponível para compreender os próprios problemas e aqueles manifestados pelas pessoas as quais têm interface, promovendo canais de diálogo, exercitando a observação sensível e a escuta ativa”, explica Letícia Lessa.

A socioterapeuta também aponta como a comunicação clara e transparente, porém cuidadosa e respeitosa, é imprescindível para criar um ambiente de abertura e confiança, com relações interpessoais saudáveis. “Quando o líder síndico tiver equipes sob sua condução também deve estar atendo ao desempenho destas, ao ritmo, capacidades de entrega, faltas e ausências não justificadas ou muito frequentes, pois indicadores de produtividade auxiliam o líder a acompanhar o desenvolvimento das pessoas, facilitando abordagens e abertura para o reconhecimento de possíveis situações socioemocionais que possam estar afetando o desempenho profissional. Isso auxilia o líder a compor um plano de acompanhamento e desenvolvimento mais efetivo e próximo de seus liderados”, enfatiza Letícia.

Outro aspecto importante na atuação do líder é se permitir demonstrar sua sensibilidade e fragilidade, reconhecendo que também precisa se autodesenvolver emocionalmente. Reconhecer que tem seus desafios diários também compõe sua inteligência emocional em lidar com as próprias fragilidades e emoções. Isso pode facilitar o processo de ressignificação sobre situações que estão sendo vivenciadas na construção de relações interpessoais saudáveis.

Saúde mental

Letícia Lessa / Foto: Divulgação

A temática dos fatores psicossociais não é algo novo, mas no atual contexto, passou a ser um diferencial na agenda das organizações, uma vez que práticas ou programas de apoio à saúde mental não só asseguram o conforto emocional, mas ajudam as pessoas a se sentirem mais engajadas e produtivas. “Além do desenvolvimento das lideranças, as organizações têm investido cada vez mais em ações de promoção da saúde, presencial ou virtualmente, estão adotando práticas voltadas para a saúde mental. Um exemplo disto são as parcerias com profissionais da saúde, disponibilizando serviços de atendimento psicológico e suporte emocional, ou mesmo espaço em grupo para abordagens de temas afins à temática, como palestras, roda de conversa, reuniões. Incentivos relacionados à prática de atividades físicas e boa alimentação também ajudam a melhorar o bem-estar e a qualidade de vida, assim como as ações de reconhecimento e valorização das pessoas”, enumera Letícia.

Outra ação interessante são as campanhas de comunicação que podem ajudar a desmistificar este tema e despertar a atenção das pessoas sobre a importância dos cuidados com a saúde física e emocional. A prevenção se faz com informação e diálogo e as campanhas internas nas organizações podem e devem ser grandes promotores destes espaços. Cuidar da saúde mental deve fazer parte da estratégia individual e organizacional, independente da pandemia. Letícia destaca: “Pessoas e organizações que se preocupam e investem na saúde física e mental e bem-estar, constroem relações e ambientes de trabalho mais saudáveis, fortalecem o engajamento e, consequentemente, melhoram sua performance e seus resultados”.

Evento de imersão

O tema Inteligência Emocional será abordado pelo Síndicos Planning em evento que será realizado em janeiro. “Seguiremos os decretos governamentais relacionados à pandemia para decidir se o evento será presencial ou on line, e em breve divulgaremos a programação no site”, pontua Karina Kino Pardal, idealizadora do Síndicos Planning. O palestrante Elton Soares antecipa que neste encontro de imersão com os síndicos irá aprofundar questões relacionadas ao assunto, focando principalmente nas competências que o síndico precisa ter para obter mais engajamento de todos os condôminos nas suas ações.

“Vamos bater um bom papo para entendermos como podemos usar nossas emoções como mola propulsora para o nosso desenvolvimento pessoal e para aprimorarmos nossas habilidades interpessoais, tudo isso com exercícios práticos e aplicáveis no dia a dia”, adianta o psicólogo com Pós-Graduação em Gestão de Pessoas com ênfase em Liderança Organizacional, Formação em Coach e Especialização em Jogos Empresariais. Elton também vai falar sobre os cinco pilares da Inteligência Emocional, além da importância da validação e do feedback para tornar as relações mais verdadeiras e prazerosas. Os participantes ainda terão a oportunidade de fazer uma autoavaliação sobre como está a sua Inteligência Interpessoal.

Faça sua inscrição aqui para o Planning 1 – Inteligência Emocional

O Planning 1 será realizado dia 30 de janeiro, das 08:30hs às 17:00hs.
Será servido almoço no local, ao fazer a inscrição você pode optar pelo ingresso com ou sem almoço. Clique aqui para fazer agora sua inscrição.
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