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Doces ou Travessuras?

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Gritaria no pátio, barulho fora de hora, brincadeiras nos corredores… Quem mora em condomínio precisa entender que o convívio com as crianças exige maior tolerância e paciência. Afinal, por mais que sejam orientadas pelos pais, elas não têm o mesmo discernimento dos adultos e, vez ou outra, acabam passando um pouco dos limites. Para aqueles moradores mais reservados e que não gostam muito de socializar, esse contato com os pequenos condôminos pode ser complicado e até causar incômodo.

Pensando em possibilitar um momento de diversão para as crianças do condomínio e, claro, considerando que existem vizinhos que preferem não serem importunados, a síndica Rosemari Gerhardt pensou numa solução criativa. Em um dos condomínios que atende em Florianópolis, o Recanto dos Imigrantes – que tem 120 unidades e em média 360 moradores – ela criou um método interessante para realizar uma comemoração que as crianças (e alguns adultos também) amam: o Halloween.

Comemorado tradicionalmente nos países norte-americanos no dia 31 de outubro, o Halloween ou Dia das Bruxas tem se popularizado cada vez mais no Brasil. A data já é esperada por muitas crianças que vestem fantasias e batem de porta em porta para pedir doces. Mas esta divertida tradição, de sair e pedir Doces ou Travessuras, nem sempre agrada aos vizinhos. “Quando acontecia, alguns moradores se sentiam incomodados. Outros até gostavam da brincadeira, mas não estavam preparados com guloseimas para distribuir para a garotada”, recorda-se.

Foi daí que veio a ideia de “institucionalizar” a brincadeira no prédio. Em 2012, Rosemari criou um evento em que as gostosuras e travessuras eram não só permitidas, como incentivadas! Notando esse impasse de ver a alegria da criançada ganhar doces versus importunar o sossego dos vizinhos, ela sugeriu a proposta do próprio condomínio organizar uma comemoração de Halloween. Para isso ocorrer de forma amistosa, decidiram entrar em contato com os moradores, previamente, para questioná-los se gostariam ou não de participar desta data festiva.

“Assim, todos os moradores do prédio estavam cientes de que naquele determinado dia poderia haver barulho nos corredores e, caso a sua unidade estivesse identificada, as crianças bateriam à porta”, esclarece. Rosemari relembra que a adesão dos moradores foi ótima. “Em nosso primeiro evento reservamos um dos espaços de festas e cada morador levou um doce, salgado ou bebida. Depois, partimos em busca dos doces ou travessuras”, relembra a síndica, que se vestir de bruxa para acompanhar a criançada de porta em porta.

Desde então, a festa e a brincadeira são realizadas anualmente no condomínio. “O evento é tão divertido que une todas as faixas etárias de moradores. Já virou uma tradição no prédio e, até hoje, só deixamos de realizar em 2020, devido à pandemia. Sempre tem uma criança que ao me encontrar já indaga: ‘Síndica, quando vai ser o Halloween do prédio? Essa simples pergunta tem o poder de transformar o dia. Mesmo com a habitual agitação nos condomínios, me faz perceber que estamos no caminho certo e que dia 31 de outubro tem que ter festa (com organização)!”, frisa.

Organização é o segredo para fazer um evento que agrade a todos os moradores

A síndica ressalta que a organização é primordial para o sucesso do evento. “O propósito é fazer a alegria de todos, principalmente das crianças, que ficam eufóricas. Mas tudo tem que ser feito com organização e colaboração da comunidade condominial para funcionar”, acrescenta.

Os preparativos para o grande dia começam semanas antes, com um comunicado informando a data e horário do encontro e solicitando aos moradores interessados em participar que deixem o número da unidade e o nome na portaria. “Assim, sabemos com antecedência em quais apartamentos as crianças podem bater. Um dia antes da data, identificamos as unidades com algum item temático e instruímos as crianças a respeitar os apartamentos que não estão enfeitados de Haloween”, diz.

Sabendo da identificação das portas, alguns moradores até já se antecipam enfeitando a porta de entrada com vários adereços temáticos. “O legal é que o processo de organização que criamos, de colocar os adornos para identificar quem participa ou não, já se tornou um momento de brincadeira entre pais e filhos. Em muitos apartamentos, a decoração é feita pela própria família”.

Em 2021, a comemoração do Dia das Bruxas foi levada a outros dois condomínios que Rosemari administra pela sua empresa RG Gestão de Condomínios: o Palazzo di Venezia e o Ilhabela. “O nosso objetivo em manter essa tradição no Recanto dos Imigrantes e de levar para outros prédios é proporcionar um momento de descontração e alegria a todos, estimulando a boa convivência entre toda a comunidade condominial. Nossa função, tanto como profissionais quanto como seres humanos, é poder deixar uma boa memória para as pessoas com quem convivemos, em especial, as crianças”, reflete.

Para Rosemari, o aprendizado que fica com esta iniciativa é de que mesmo que haja uma movimentação fora do cotidiano nas áreas comuns do condomínio, se houver organização todos ficam satisfeitos. “Este tipo de evento possibilita a integração entre os moradores, o que facilita até mesmo na resolução de situações do dia a dia. E ainda se cria um vínculo entre a gestão e os moradores, além de aproximar pais e filhos”, conclui.

Mensagem aos síndicos e  administradores:

“Tudo que é planejado flui normalmente. E, com o engajamento de todos, é melhor ainda. Até mesmo as diferenças entre os moradores tornam-se mais fáceis de serem resolvidas de forma amigável”. Rosemari Souza da Silva Gerhardt

 

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