Composta Aí
A sustentabilidade é um tema recorrente em nosso dia a dia, mas ainda são discretos os acontecimentos que colocam em prática alguma solução neste sentido. Provando que uma atitude simples pode impactar de forma grandiosa no meio ambiente, a síndica Rosemari Gerhardt, proprietária da empresa RG Gestão de Condomínios, com mais de 20 anos de atuação na área, propôs aos moradores do Condomínio Residencial Porto das Marés I e II, em Florianópolis, que fosse executado um projeto de compostagem dos resíduos orgânicos gerados pelas 32 unidades e seus 60 moradores.
“Nossa principal dificuldade no condomínio era que o bairro não possuía coleta específica para orgânicos, fazendo com que os moradores depositassem todos os orgânicos domésticos, que poderiam ser compostáveis, no lixo de rejeito. Desta forma, a lixeira ficava desorganizada e dava a sensação de que a estrutura física da lixeira precisava ser ampliada, o que não foi necessário”, relembra Rosemari.
A primeira ação, enquanto gestão do condomínio, foi apresentar a proposta de coleta de orgânicos em assembleia e como a ideia funcionaria na prática. “A aceitação de todos foi imediata! Posteriormente, passamos às questões práticas do projeto: aquisição dos baldes plásticos (com vedação) para a coleta dos orgânicos e a orientação a todos de como funcionaria o processo, inclusive com um curso online administrado pela empresa parceira”, relata Rosemari, dando início efetivo ao processo em agosto de 2021.
A síndica contou ainda com dados da própria Prefeitura de Florianópolis sobre o tema. Segundo a divulgação, cerca de 35% dos resíduos sólidos domiciliares coletados são orgânicos, sendo 24% restos de alimentos e 11% resíduos verdes como podas, restos de jardinagem e folhas varridas na limpeza pública.
Com a proposta aprovada por todos, a gestão encontrou na empresa Composta.Aí a parceria ideal para concretizar as ideias. Primeiramente, o condomínio fez a compra dos baldes vedados e específicos para tal. O processo é bastante simples: depois que o balde branco (3,6 litros) está cheio, o morador deposita os orgânicos no balde preto (18 litros) e o deixa na frente de sua unidade para que a empresa faça a retirada e distribua outros compartimentos limpos. Após o processo de compostagem, a empresa devolve aos moradores o material em forma de adubo orgânico para ser usado em jardins e hortas.
“Durante os noves meses do projeto no condomínio já conseguimos grandes resultados. Foram coletados neste período cerca de 2.634 kg de restos de alimentos, que até então eram considerados lixo e foram revertidos em compostos orgânicos”, orgulha-se Rosemari.
Comprometimento de todos com a pauta socioambiental
Em maio deste ano, os moradores que apoiaram a ideia puderam ver na prática o resultado do empenho e trabalho de todos. Na primeira coleta de compostos desde a implantação, retornaram para cada unidade do condomínio 2kg de composto orgânico (terra preta) e ainda 300ml de adubo líquido superconcentrado para serem usados no desenvolvimento de raízes, grama, folhas, flores e frutos.
“É recompensador ver aquelas cascas de frutas ou restos de hortaliças se transformarem em adubo para fortalecer os jardins, hortas e gramados das casas”, aponta a síndica.
Rosemari vai além, destacando os principais aprendizados em todo o processo: “Um dos maiores resultados que essa solução trouxe não só para o condomínio, mas para a sociedade em si, foi o comprometimento dos moradores com a pauta socioambiental. Uma simples atitude, que parece algo tão banal em nossa rotina, mas é de grande valia e promove grandes resultados e transformações”, finaliza.
Mensagem aos síndicos e administradores:
“Não importa a dificuldade, o tamanho e a estrutura do seu condomínio ou onde ele se localiza. Sempre podemos buscar alguma alternativa para implantação de projetos que promovam a consciência socioambiental. Todos somos responsáveis pelo meio ambiente em que vivemos. Cada um fazendo a sua parte contribuímos para um mundo melhor”. Rosemari Souza da Silva Gerhardt
