Luiz Kiyoshi Nakayama da NGC – Nakayama Gestão Condominial
Nome do case: Gestão da água
Programa de ações reduz consumo e leva ao uso racional da água
Crise e oportunidade podem andar juntas como revelam as diferentes situações em relação à administração da água vividas pelo síndico profissional Luiz Nakayama no condomínio Meridian Office, em Florianópolis (SC). O gestor do empreendimento comercial de 120 salas e oito lojas já buscava soluções para o alto custo pago pelo recurso quando precisou lidar também com a explosão de três cisternas no meio da madrugada e os consequentes problemas de vazamento e desabastecimento das unidades. Enquanto essas dificuldades eram resolvidas – houve ainda três inundações no prédio e a identificação de elevada pressão na tubulação –, o complexo recebeu uma boa notícia: uma indenização de mais de R$ 1 milhão recebida da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) por cobrança injusta da taxa de gasto mínimo por imóvel.
“A devolução total desse dinheiro aos proprietários – com cada um ganhando o valor proporcional a sua fração ideal – gerou um clima de confiança e de reconhecimento dos condôminos em relação à direção do edifício”, conta Nakayama, que trabalha há 15 anos como síndico. A partir da mudança da Casan na fórmula para calcular a utilização da água, da percepção da economia que poderiam ter com esse insumo e dos consertos e das melhorias que precisavam ser realizados no sistema hidráulico do Meridian Office, foi aprovada a contratação de uma empresa especializada para a elaboração de um programa de redução do consumo e do desperdício de água. A companhia escolhida efetuou uma inspeção em todo o empreendimento para verificar a existência de vazamentos e de outros defeitos e possibilidades de aperfeiçoamento.
Após o raio X da infraestrutura, que ocorreu em 2017, medidas como a instalação de redutores de vazão em todas as torneiras, a troca de válvula de descarga nos vasos sanitários e a colocação de redutores de passagem de ar na tubulação foram adotadas no complexo. Para tratar da questão da pressão da água, Nakayama ressalta que um engenheiro especializado foi chamado e um redutor de pressão foi implementado no prédio para evitar os estouros de válvulas e tubulações que ocorriam nos andares inferiores.
Meta atingida e busca contínua por novas soluções
A diminuição do consumo de água era o principal resultado esperado com a iniciativa e, com ela, baixar a taxa condominial de donos e locatários. O objetivo estipulado de passar de 317 m³ para 220 m³ mensais de consumo do insumo, uma queda de cerca de 30%, foi alcançado, como explica Nakayama. “Pagávamos em torno de R$ 12 mil por mês e chegamos a R$ 5 mil. Hoje, com a nova taxação da Casan e alteração das alíquotas, esse valor fica em aproximadamente R$ 8 mil”, detalha. Segundo ele, a criação de uma campanha para o uso mais racional do recurso junto aos usuários contribuiu para chegar ao retorno planejado. “Divulgamos o projeto através de cartazes no elevador e de mensagens de conscientização sobre o assunto para os condôminos”, destaca.
Estudar constantemente novas oportunidades para os empreendimentos foi um dos aprendizados que a ação proporcionou ao síndico, que é proprietário da Nakayama Gestão Condominial em conjunto com o seu filho, Bruno Schuch Nakayama, e atende a nove complexos na capital de Santa Catarina. “Percebi ainda que o incentivo ao consumo consciente traz resultados e que devemos negociar com a concessionária de água uma maneira mais racional de mediação e cálculo do custo (do insumo)”, aponta. Ele afirma também que vale a pena contratar uma empresa especializada para o desenvolvimento de planos de economia desse recurso.
Nakayama compartilha ainda que fazer inspeções periódicas nas instalações hidráulicas evita vazamentos, desperdícios e aumentos nos gastos dos edifícios. Com outros projetos em vista, o síndico pretende inscrever na próxima edição do prêmio um case sobre Erro Zero nos complexos. “A proposta é analisar as ocorrências como nos acidentes aéreos, em que uma equipe investiga o que falhou e o que pode servir de lição”, adianta.
Mensagem aos síndicos e administradoras:
“Qualquer economia nas despesas facilita o trabalho de gerenciamento dos empreendimentos, visto que gera mais condições para aproveitar os recursos em outras ações ou até baixar a taxa. O mais importante é administrar os recursos da forma mais racional e pensar no que é melhor para o condomínio.” Luiz Nakayama