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Coleta Seletiva: condomínio limpo e sustentável

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Atitude simples no dia a dia, a separação de lixo traz benefícios aos moradores e ao meio ambiente

Foto: Banco de Imagens

Com a escassez de recursos naturais no mundo, a sustentabilidade e o consumo consciente se tornaram um assunto presente na vida de todos. Porém, mais do que comprar com discernimento, é necessário que as pessoas saibam fazer o descarte adequado do lixo. Se essa tarefa já não é das mais simples em casas residenciais, no ambiente do condomínio torna-se um desafio ainda maior, pois é preciso que haja bom-senso e consciência por parte de todos os moradores.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a coleta seletiva é a coleta diferenciada de resíduos que foram previamente separados segundo a sua constituição ou composição. Ou seja, resíduos com características similares são selecionados pelo gerador (que pode ser o cidadão, uma empresa ou outra instituição) e disponibilizados para a coleta separadamente. A Política Nacional de Resíduos Sólidos estabeleceu que a coleta seletiva nos municípios brasileiros deve permitir, no mínimo, a segregação entre resíduos recicláveis secos e rejeitos.

Os resíduos recicláveis secos são compostos, principalmente, por metais (como aço e alumínio), papel, papelão, tetrapak, diferentes tipos de plásticos e vidro. Já os rejeitos, que são os resíduos não recicláveis, são compostos principalmente por resíduos de banheiros (fraldas, absorventes, cotonetes, etc.) e outros resíduos de limpeza. Há, no entanto, uma outra parte importante dos resíduos que são os orgânicos, que consistem em restos de alimentos e resíduos de jardim, como folhas secas e podas.

Envolvimento dos moradores

Assim como nas residências, em um condomínio a coleta seletiva começa na casa de cada pessoa. Por isso, antes de iniciar esse projeto nos edifícios é fundamental que haja um trabalho de conscientização com os moradores. “É necessário conscientizar as pessoas primeiro, mostrar que a separação do lixo se trata de uma mudança de hábito. No início enfrentei uma certa resistência porque não temos uma cultura forte de reciclagem no Brasil, mas com muita insistência e paciência, colocando diversos informativos sobre o tema embaixo das portas, e valorizando os bons exemplos, consegui estabelecer essa rotina no prédio”, orgulha-se Silvia Niehues, síndica do edifício Vila Rica, em Blumenau.

Silvia Niehues / Foto: Divulgação

Há pouco mais de cinco anos, Sílvia, que também é bióloga e professora de Biologia e Ciências, levou essa ideia aos moradores do Vila Rica e hoje todos se envolvem na coleta seletiva, e mais, ainda separam o lixo por tipo de material reciclável. “Cada morador faz a seleção na sua própria casa de materiais como papel, papelão, plásticos duros, sacolas plásticas, metal, alumínio, vidro e caixinhas de leite. O descarte é feito em contenedores específicos, que ficam em uma área do prédio reservada para a lixeira. Todo o lixo reciclável é vendido separadamente, e o comprador paga um valor diferente para cada tipo”, explica.

Esta atitude simples, além de gerar um impacto positivo no meio ambiente, trouxe uma renda extra ao condomínio e ainda possibilitou maior integração entre os moradores. “Como o valor arrecadado não é uma grande soma, optamos por usá-lo em cafés de datas como Dia das Mães e Dia dos Pais ou para a compra de enfeites de Natal e Páscoa para o hall, por exemplo. E também aproveitamos o dinheiro nas reuniões de condomínio, que passaram a ser acompanhadas de comidinhas e bebidas e se tornaram uma espécie de encontro de confraternização. Consegui muito mais do que a reciclagem porque essa união em torno de um objetivo comum aproximou muito os moradores”, conta.

Como implantar a coleta seletiva

Confira cinco dicas para a coleta se tornar rotina diária no condomínio:

  1. Conscientização
    Nada pode funcionar perfeitamente em um trabalho colaborativo como este se não houver o engajamento de todos. Busque criar pautas para que os moradores entendam a importância desta separação de resíduos. A reunião de condomínio, por exemplo, pode ser um bom local para disseminar a mensagem entre todos.
  2. Espaço e materiais serão coletados
    Uma das etapas de qualquer processo e implantação de coleta seletiva está relacionada à escolha do local adequado para descarte e de quais materiais serão coletados individualmente. É necessário entender que haverá um espaço físico dedicado para cada um de maneira organizada, e orientar os colaboradores do prédio a não misturar os sacos de diferentes tipos de resíduos.
  3. Local de armazenamento
    A verificação da quantidade de materiais gerados pelo condomínio é fundamental para planejar o local adequado. Para a escolha da quantidade de coletores, pense na possibilidade de modelos, valores ou até realocar coletores que o condomínio já possui, se for o caso.
    É importante também atentar-se ao ambiente definido, garantir que esteja sempre limpo e fechado para evitar o mau cheiro e a entrada de parasitas. Vale lembrar que a norma dos bombeiros proíbe a disposição de qualquer objeto na passagem das escadas. Na maioria dos casos, o indicado é alocar os contêineres próximos aos elevadores de serviço, subsolo ou na garagem.
  4. Cuidado com papéis e plásticos
    Materiais como papéis e plásticos necessitam de um cuidado especial. Isso porque são materiais de alta combustão e possíveis causadores de incêndios. Por isso, é necessário comunicar à seguradora para que seja incluso na apólice do condomínio o ressarcimento compatível com possíveis acidentes.
  5. Treinamento para os responsáveis
    Outro ponto importante na implementação da coleta seletiva é o treinamento adequado dos responsáveis por manipular os materiais. A equipe de limpeza do condomínio deve receber um treinamento não somente da importância deste trabalho, mas também sobre como usar os equipamentos adequados e outras medidas para evitar ferimentos e ocorrências mais graves.
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